Pacientes que convivem com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), independente da idade, precisam conviver com duas realidades: a experiência de viver com a condição em si e a maneira como o autismo é percebido pela sociedade de modo geral.
De acordo com a Autism Society, estima-se que uma em cada 54 crianças seja diagnosticada com autismo nos Estados Unidos. No Brasil, a Associação de Amigos do Autista (AMA) estima que cerca de 2 milhões de pessoas estejam no espectro autista.
Com novas pesquisas e estudos sobre o tema surgindo quase que diariamente, o uso da Cannabis Medicinal para tratar pacientes com TEA vem se tornando cada vez mais relevante e promissor.
Já foi descoberto, por exemplo, que pacientes no espectro autista, podem usar a Cannabis como uma alternativa natural e eficaz para aliviar sintomas comuns, como ansiedade, insônia e comportamentos repetitivos.
Neste artigo, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre o uso de Cannabis Medicinal para tratar sintomas do autismo. Continue lendo!
O que é Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)?
Segundo o Canal Autismo, “o autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno”.
Essa condição neurológica afeta a maneira como as pessoas percebem, interagem e se comunicam com o mundo ao seu redor. É conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) justamente por sua complexidade e amplitude, uma vez que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, indo desde casos leves até graves.
Sintomas mais comuns do TEA
Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Os mais comuns, no entanto, são:
- Dificuldade em interagir socialmente;
- Comportamentos repetitivos e restritos;
- Dificuldade em se comunicar verbal e não verbalmente;
- Atrasos no desenvolvimento da fala e habilidades sociais;
- Dificuldade em se adaptar a novas situações ou mudanças na rotina
O autismo pode afetar a vida do paciente, de familiares e cuidadores. Dificuldades em se comunicar e interagir com outras pessoas, por exemplo, podem levar à exclusão e isolamento social.
Isso pode desencadear problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Outra condição comum de pacientes no espectro é a dificuldade em lidar com estímulos sensoriais, como luzes fortes e barulhos altos. Essa condição pode tornar ambientes sociais e públicos, como shoppings e restaurantes, desafiadores.
Como resultado desses sintomas, muitos pacientes no espectro podem apresentar dificuldades em se ajustar à escola, faculdade, trabalho e outras situações sociais, o que também pode levar a estresse e isolamento social.
No entanto, é importante destacar que, apesar dos desafios apresentados pelo autismo, muitas pessoas no espectro conseguem levar vidas plenas e produtivas, com o suporte adequado e o acesso a opções de tratamento que possam ajudá-las a gerenciar os sintomas.
Os benefícios do canabidiol para pacientes no espectro autista
Em 2021, a Minnesota State University realizou um estudo com maconha e crianças no espectro autista. Os resultados sugeriram que a cannabis pode ajudar a reduzir a gravidade de sintomas, como:
- Comunicação
- Automutilação
- Inquietação
- Agitação
- Agressividade
- Ataques de raiva
- Irritabilidade
Além disso, a cannabis pode ajudar a reduzir outros sintomas comuns em pacientes no espectro, como a ansiedade, o estresse e problemas para dormir.
Outros benefícios são a melhora da atenção, da concentração e do humor.
São muitas vantagens, mas sempre gostamos de ressaltar a importância de buscar um médico especialista e prescritor antes de iniciar o tratamento.
Efeitos colaterais da cannabis para pacientes no espectro autista
Embora tratamentos à base de cannabis medicinal sejam considerados seguros para pacientes com Transtorno do Espectro do Autismo, alguns efeitos colaterais, ainda que em sua maioria leves, podem acontecer.
Alguns deles são:
- Sonolência
- Distúrbios do sono
- Mudança de apetite
- Inquietação
Em alguns casos, dependendo do histórico médico do paciente, os efeitos colaterais podem ser mais graves. Isso normalmente ocorre em pacientes que estão usando outros
medicamentos com a cannabis.
Neste caso, o paciente deve sempre relatar quaisquer efeitos colaterais ao seu médico e fornecer todo o histórico antes de iniciar o tratamento.
Conclusão
A cannabis medicinal pode ser uma opção de tratamento promissora para certos pacientes no espectro autista que buscam alívio para os sintomas causados pelo transtorno. Os riscos, no entanto, não deixam de existir.
São necessárias mais pesquisas sobre o efeito nos pacientes, mas os resultados preliminares já indicam que o CBD pode ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar a qualidade do sono, a comunicação e a diminuir comportamentos repetitivos.
Reforçamos mais uma vez que o tratamento sempre deve ser feito com o acompanhamento de um profissional de saúde qualificado, pois é ele quem indicará o melhor produto, a forma
de administrar e a dosagem adequada.
Cada paciente é único, logo, as necessidades individuais devem ser consideradas, bem como os possíveis efeitos colaterais e interações com outros medicamentos. Esse processo deve ser monitorado de perto.
Ao trabalhar em conjunto com profissionais de saúde qualificados, os pacientes podem tomar decisões informadas sobre sua saúde e bem-estar, garantindo assim o melhor resultado possível.
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Referências
https://www.medicalnewstoday.com/articles/autism-and-marijuana#summary
https://theswaddle.com/cannabis-may-improve-the-quality-of-autistic-adults-lives-suggests-st
udy/
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/maconha-medicinal-e-autismo-estou-trazendo-meu-filho
-de-volta-diz-mae/